Resultado da pesquisa (10)

Termo utilizado na pesquisa Palicourea marcgravii

#1 - Electrocardiographic, echocardiographic and heart biomarker parameters in sheep experimentally poisoned by Palicourea marcgravii (Rubiaceae)

Abstract in English:

The present study aimed to identify and describe cardiac alterations in sheep experimentally poisoned with Palicourea marcgravii through analysis of serum cardiac biomarkers (serum troponin I and creatine kinase - CK-MB) and electro and echocardiographic assessments to contribute to a better understanding of the poisoning pathophysiology. P. marcgravii is the main plant within a group of 22 species that cause sudden death in Brazil; its toxic principle is sodium monofluoroacetate. Eight healthy crossbreed male sheep, aged between five and twelve months, weighing 14 to 27kg, were evaluated. The animals received 1g kg-1 of P. marcgravii plants orally. The sheep were evaluated before administering the plant (T0) through electro and echocardiography and blood collection to assess cardiac biomarkers (CK-MB and cTnI). Collections and analyses were repeated every four hours until the animal’s death. During the study, there was the presence of extravasation of serum troponin I carried out in a qualitative test, with positive values at time T4, and the serum CK-MB biomarker had a peak at T4 and slightly decreased at T8. The electro and echocardiographic examinations showed that the cause of death in these animals was due to acute heart failure characterized by arrhythmias, tachycardia/ventricular fibrillation, drop in cardiac output, left ventricular (LV) systolic dysfunction by the progressive decrease in the LV ejection fraction (EF), decrease in LV fractional shortening (FS), and decrease in aortic flow velocity and aortic flow gradient. This study seems to be the first to evaluate cardiac alterations in sheep poisoned by P. marcgravii through cardiac biomarkers and electro and echocardiographic exams.

Abstract in Portuguese:

O presente estudo objetivou identificar e descrever as alterações cardíacas de ovinos intoxicados experimentalmente por Palicourea marcgravii através das análises de biomarcadores cardíacos séricos (troponina I sérica e a creatinoquinase - MB) e das avaliações eletro e ecocardiográficas contribuindo para o melhor entendimento da fisiopatologia da intoxicação. Palicourea marcgravii é a principal planta dentro de um grupo de 22 espécies que causam “morte súbita” no Brasil e seu princípio tóxico é o monofluoracetato de sódio. Foram utilizados oito ovinos saudáveis machos, sem raça definida, com idades entre cinco e doze meses e peso de 14 a 27kg. Os animais receberam 1g/kg de Palicourea marcgravii por via oral. Os ovinos foram avaliados momentos antes da administração da planta (T0) através de eletro e ecocardiograma e coleta de sangue para avaliação dos biomarcadores cardíacos (CK-MB e cTnI). As análises e coletas foram repetidas a cada quatro horas até o óbito do animal. Durante o estudo observou-se extravasamento de troponina I sérica realizada em teste qualitativo, com valores positivos já em T4, assim como o biomarcador CK-MB sérico teve seu pico de aumento em T4 e em T8 houve uma leve redução. Aos exames eletro e ecocardiográfico foi possível determinar que a causa do óbito nestes animais ocorreu devido à insuficiência cardíaca aguda caracterizada por arritmias, taquicardia/fibrilação ventricular, queda no débito cardíaco, disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (VE) pela diminuição progressiva da fração de ejeção (EF) do VE, diminuição na fração de encurtamento (FS) do VE, diminuição da velocidade do fluxo aórtico e do gradiente do fluxo aórtico. Este é o primeiro estudo que avalia as alterações cardiológicas de ovinos intoxicados por P. marcgravii através de biomarcadores cardíacos e exames eletro e ecocardiográficos.


#2 - Clinical and laboratory findings in sheep experimentally poisoned by Palicourea marcgravii and the use of magnesium chloride with possible therapeutic effect on poisoning

Abstract in English:

This study aimed to examine the efficacy of magnesium chloride therapy in sheep experimentally poisoned by Palicourea marcgravii and describe the clinical and laboratory findings that may aid in early ante mortem diagnosis of this poisoning. P. marcgravii is an important plant within a group of 22 species in Brazil that cause “sudden death.” Its toxic component is sodium monofluoroacetate. It was observed that a time for evolution of poisoning was longer in our study compared to other studies that used the same dose of P. marcgravii in sheep. However, all animals that were poisoned and subsequently treated with magnesium chloride died. The sheep presented characteristic clinical signs before death in addition to other signs that have not been previously described for this type of poisoning, such as abdominal breathing, coughing, head pressing, and nystagmus. This is the first evaluation of hematological parameters of sheep poisoned by P. marcgravii. Leukocytosis with neutrophilia, hyperfibrinogenemia, and hyperglycemia, associated with hypophosphatemia and elevated levels of serum aspartato aminotransferase (AST), glutamate dehydrogenase (GLDH), urea, creatinine, creatine kinase (CK) and lactate dehydrogenase (LDH), were observed. Additionally, changes were noted in necropsy, such as engorged jugular, large vessel congestion, pulmonary edema. Histological examination revealed vacuolar hydropic degeneration in the distal twisted uriniferous tubules in the kidneys, similar to those reported in previous studies on P. marcgravii poisoning.

Abstract in Portuguese:

O presente estudo objetivou verificar a eficácia terapêutica do cloreto de magnésio em ovinos intoxicados experimentalmente por Palicourea marcgravii e descrever os achados clínicos e laboratoriais que possam auxiliar no diagnóstico precoce ante mortem dessa intoxicação. P. marcgravii é a principal planta dentro de um grupo de 22 espécies que causam “morte súbita” no Brasil e seu princípio tóxico é o monofluoracetato de sódio. Durante o procedimento, observou-se maior tempo de evolução em relação a outros trabalhos utilizando-se a mesma dose da P. marcgravii em ovinos, entretanto todos os animais intoxicados e posteriormente tratados com cloreto de magnésio vieram a óbito. Os ovinos apresentaram sinais clínicos característicos antes da morte, associados a sinais nunca antes descritos nesse tipo de intoxicação, como respiração abdominal, tosse, “head pressing” e nistagmo. Trata-se da primeira avaliação dos parâmetros hematológicos de ovinos intoxicados por P. marcgravi. Foi observado leucocitose com neutrofilia, hiperfibrinogemia e hiperglicemia, associado a elevação dos valores séricos de AST, GLDH, ureia, creatinina, CK, LDH e hipofosfatemia. À necropsia foram notadas alterações como jugular ingurgitada, congestão de grandes vasos, edema pulmonar. Histologicamente havia degeneração hidrópica vacuolar nos túbulos uriníferos contorcidos distais no rim, semelhantes às já relatadas em estudos anteriores, na intoxicação por P. marcgravii.


#3 - Clinical signs and pathology of chronic experimental poisoning by Palicourea marcgravii in goats, 35(3):209-215

Abstract in English:

ABSTRACT.- Barbosa E.F.G., Cardoso S.P., Cabral Filho S.L.S., Borges J.R.J., Lima E.M.M., Riet-Correa F. & Castro M.B. 2015. [Clinical signs and pathology of chronic experimental poisoning by Palicourea marcgravii in goats.] Sinais clínicos e patologia da intoxicação crônica experimental de caprinos por Palicourea marcgravii. Pesquisa Veterinária Brasileira 35(3):209-215. Laboratório de Patologia Veterinária, Hospital Veterinário, Universidade de Brasília, Via L4 Norte, Cx. Postal 4508, Brasília, DF 70910-970, Brazil. E-mail: mbcastro@unb.br Palicourea marcgravii is considered the main toxic plant for livestock in Brazil, however, only the acute intoxication has been reported. This study reports the clinical and pathological changes of 10 goats chronically intoxicated by P. marcgravii. The animals received, daily, 0.2g/kg body weight of the fresh plant during 6 to 38 days. The main clinical signs were anorexia, lethargy, tachycardia, arrhythmia, positive jugular venous pulse and recumbency. At necropsies, the lesions were pale kidneys and myocardium, serous atrophy of cardiac fat, evident hepatic lobular pattern and pulmonary edema. The main microscopic findings were swelling and vacuolization of cardiomyocytes, cardiac necrosis and inflammatory mononuclear infiltrate of the myocardium. The kidneys showed diffuse vacuolar hydropic degeneration of the epithelium. These findings demonstrated that goats chronically intoxicated by P. marcgravii show distinct clinicopathologic features than those observed in the acute form of the poisoning. It is suggested that goats may be spontaneously become intoxicated by the ingestion of small repeated doses of the plant and that the poisoning can be confused with other diseases.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Barbosa E.F.G., Cardoso S.P., Cabral Filho S.L.S., Borges J.R.J., Lima E.M.M., Riet-Correa F. & Castro M.B. 2015. [Clinical signs and pathology of chronic experimental poisoning by Palicourea marcgravii in goats.] Sinais clínicos e patologia da intoxicação crônica experimental de caprinos por Palicourea marcgravii. Pesquisa Veterinária Brasileira 35(3):209-215. Laboratório de Patologia Veterinária, Hospital Veterinário, Universidade de Brasília, Via L4 Norte, Cx. Postal 4508, Brasília, DF 70910-970, Brazil. E-mail: mbcastro@unb.br Palicourea marcgravii é considerada a principal planta tóxica de interesse pecuário no Brasil, porém, até o momento, é conhecido apenas o quadro agudo da intoxicação. Esse estudo avaliou as alterações clínico-patológicas de 10 caprinos cronicamente intoxicados por P. marcgravii. Os animais receberam, diariamente, 0,2g/kg de peso corporal da planta fresca por 6 a 38 dias. Os caprinos apresentaram como principais sinais clínicos anorexia, apatia, taquicardia, arritmia, pulso venoso jugular positivo e decúbito. Nas necropsias, os achados macroscópicos foram hidropericárdio, palidez dos rins e do miocárdio, atrofia gelatinosa da gordura cardíaca, evidenciação do padrão lobular hepático e edema pulmonar. Os principais achados microscópicos foram tumefação e vacuolização de cardiomiócitos, necrose de fibras cardíacas e infiltrado inflamatório mononuclear no miocárdio. Nos rins foi encontrada marcante degeneração hidrópico-vacuolar difusa. Os achados demonstraram nos caprinos cronicamente intoxicados, quadro clínico-patológico com características distintas do observado na forma aguda da intoxicação por P. marcgravii. Essas observações comprovam o risco para caprinos da ingestão da planta, mesmo que em pequenas doses, resultando no surgimento de quadro clínico e graves lesões ainda pouco conhecidas, e que poderiam ser confundidas com outras enfermidades.


#4 - Protective effect of acetamide in cattle indicates that monofluoroacetate is the toxic principle of Palicourea marcgravii (Rubiaceae), 32(4):219-328

Abstract in English:

ABSTRACT.- Peixoto T.C., Nogueira V.A., Caldas S.A., França T.N., Anjos B.L., Aragão A.P. & Peixoto P.V. 2012. [Protective effect of acetamide in cattle indicates that monofluoroacetate is the toxic principle of Palicourea marcgravii (Rubiaceae).] Efeito protetor da acetamida em bovinos indica monofluoroacetato como princípio tóxico de Palicourea marcgravii (Rubiaceae). Pesquisa Veterinária Brasileira 32(4):219-328. Projeto Sanidade Animal Embrapa/UFRRJ, Seropédica, RJ 23890-000, Brazil. E-mail: tiagocpeixoto@yahoo.com.br The aim of the study was to evaluate and compare the protective effect of acetamide in experimental poisoning by fresh leaves of Palicourea marcgravii and monofluoroacetate (MF) in catlle, in order to prove in a practical way that this compound is the toxic principle responsible for the clinical signs and death of animals that ingested the plant. MF was administered orally in single doses of 0.5mg/kg to three cows; a few minutes later, two of these cows received, orally, single doses of acetamide (0.38 or 2.0g/kg). Two other cows ingested 1.0g/kg of P. marcgravii, and one of these cows received some minutes later 1.0g/kg of acetamide. Adequate doses of acetamide, administered right after the poisoning by P. marcgravii or MF, were able to prevented the onset of clinical signs and avoid the death of all animals. One week later, the experiments were repeated, but without the antidote. All animals not treated with acetamide showed symptoms of poisoning and died suddenly. MF and P. marcgravii caused the same clinical and pathological picture of “sudden death” in cattle. Clinically, the cattle presented palpitation, abdominal breathing, muscle tremors, engorged jugular vein with positive pulse, pollakiuria, slight loss of balance with sometimes swaying gait, the animals laying down and with the head on their flank. In the “dramatic phase”, all the animals fell into lateral decubitus, stretched the limbs, made paddling movements, presented opistotonus, arrhythmia, nystagmus, and died. The “dramatic phase” lasted from 2 to 26 minutes. At postmortem examination, the heart auricles, jugulars and pulmonary veins were slightly to moderately ingurgitated; slight to marked edema of the subserosa was seen in fixation sites of gall bladder to the liver. In one cow, pulmonary edema was observed. Histopathology revealed in all cows slight to marked hydropic-vacuolar degeneration of the epithelial cells of the distal convoluted uriniferous tubules associated with nuclear pyknosis. Coagulation necrosis of individual or groups of hepatocytes and slight to moderate hepatic congestion with numerous shock corpuscles were also observed. The experimental results showed in practice that MF is the toxic principle responsible for the clinical-pathological picture and death of the cattle that ingested P. marcgravii, since acetamide acts as an efficient antidote (antagonistic effect), identical in both poisonings.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Peixoto T.C., Nogueira V.A., Caldas S.A., França T.N., Anjos B.L., Aragão A.P. & Peixoto P.V. 2012. [Protective effect of acetamide in cattle indicates that monofluoroacetate is the toxic principle of Palicourea marcgravii (Rubiaceae).] Efeito protetor da acetamida em bovinos indica monofluoroacetato como princípio tóxico de Palicourea marcgravii (Rubiaceae). Pesquisa Veterinária Brasileira 32(4):219-328. Projeto Sanidade Animal Embrapa/UFRRJ, Seropédica, RJ 23890-000, Brazil. E-mail: tiagocpeixoto@yahoo.com.br O presente trabalho teve como objetivo avaliar e comparar o efeito protetor da acetamida nas intoxicações experimentais por monofluoroacetato (MF) e por folhas frescas de Palicourea marcgravii em bovinos, no intuito de confirmar, de forma prática, que esse composto é o princípio tóxico responsável pelo quadro clínico-patológico e pela morte dos animais intoxicados por essa planta. Três bovinos receberam MF, por via oral, na dose de 0,5mg/kg e, em seguida, a dois desses animais administraram-se acetamida, por via oral, nas doses de 0,38 e 2,0g/kg. Outros dois bovinos receberam 1,0g/kg de P. marcgravii, em seguida, a um deles administrou-se 1,0 g/kg de acetamida. Acetamida, quando administrada em quantidades suficientes (maior dose), evitou o aparecimento dos sinais clínicos e a morte de todos os animais que receberam MF ou P. marcgravii. Tal efeito protetor foi, de fato, confirmado após uma semana, quando o mesmo protocolo experimental foi repetido, para cada bovino, porém sem a administração de acetamida. Todos os bovinos não tratados com acetamida manifestaram sinais clínicos e morreram subitamente. O quadro clínico-patológico manifestado pelos bovinos intoxicados por MF ou P. marcgravii foi semelhante e, caracterizou-se por “morte súbita”. Os animais em geral, apresentaram taquicardia, taquipnéia, tremores musculares, jugular repleta com pulso venoso positivo, polaquiúria, instabilidade, perda de equilíbrio, por vezes, cambaleavam e apoiavam a cabeça no flanco. Na fase final, todos os animais deitavam-se e levantavam-se com maior frequencia, deitavam ou caíam em decúbito lateral, esticavam os membros, faziam movimentos de pedalagem, apresentavam respiração ofegante, arritmia, opistótono, nistagmo, mugiam e morriam. A duração da “fase dramática” variou de 2 a 26min. À necropsia verificaram-se, em geral, aurículas, jugulares, ázigos e pulmonares leve a moderadamente ingurgitadas, leve a acentuado edema da subserosa da vesícula biliar, sobretudo, na sua inserção no fígado, bem como moderada quantidade de líquido espumoso róseo na traquéia e brônquios. O exame histopatológico revelou, no rim de todos os animais, leve até acentuada degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos uriníferos contornados distais associada à picnose nuclear; no fígado, havia leve a moderada congestão, discreta a moderada tumefação e moderada vacuolização de hepatócitos, predominantemente, centrolobular, necrose de coagulação individual ou de grupos de hepatócitos e corpúsculos de choque. Os dados obtidos neste trabalho comprovam, de forma prática, que MF é o princípio tóxico de P. marcgravii responsável pelo quadro clínico-patológico e a morte dos animais que ingerem e se intoxicam naturalmente por essa planta, uma vez que a acetamida atua como antídoto eficaz (efeito antagônico) de forma idêntica em ambas as intoxicações.


#5 - Comparison of the sensibility of cattle and buffaloes to poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae), 23(4):167-172

Abstract in English:

ABSTRACT.- Barbosa]. D., Oliveira C. M. C., Tokarnia C. H. & Riet-Correa E 2003. [Comparison of the sensibility of cattle and buffaloes to poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae).] Comparação da sensibilidade de bovinos e búfalos à intoxicação por Palicourea marcgravii (Rubiaceae). Pesquisa Veterinária Brasileira 23(4): 167-172. Escola de Medicina Veterinária, Campus Castanhal, Universidade Federal do Pará, Rua Maximino Porpino 1000, Castanhal, PA 68743- 080, Brazil. E-mail: diomedes@ufpa.br In order to verify if buffaloes are more resistant than cattle to poisoning by Palicourea marcgravii, the plant was given per os simultaneously to buffaloes and cattle. Seven buffaloes and three head of cattle were used. Doses of 0.5, 1.0 and 2.0 g/kg did not cause signs of poisoning in buffaloes; but doses of 3.0, 4.0 and 6.0 g/kg caused death. In cattle 0.25 g/kg did not cause symptoms; but 0.5 and 2.0 g/kg were lethal. The influence of exercise on the onset of symptoms, the time which elapsed from the beginning of the administration of the plant to the appearance of symptoms, and the symptoms themselves, were similar in the two animal species. The clinical course was longer in buffaloes; whilst in cattle the period between the onset of severe symptoms and death lasted 9 to 17 minutes; in buffaloes it varied from 10 minutes to 1 hour 28 minutes. It can be concluded, that buffaloes are about six times more resistant than cattle to the toxic action of P. maracgravii. The lower incidence of deaths in buffaloes by poisonous plants in the Amazon region is, at least in part, due the lower sensibility of buffaloes to poisoning by this plant. Another factor responsible for the smaller number of buffaloes which die due to plant poisoning in the Amazon region, is possibly that buffaloes prefer the Jowlands, e.g. temporarily flooded areas, which are the habitat of Arrabidaea bilabiata, the second most important poisonous plant of the Amazon region. This plant is less poisonous than P. marcgravii, and its habitat are the higher not flooded areas. So it would be safer, in order to diminish losses, to breed buffaloes instead of cattle in areas where P. marcgravii occurs. The reason for the greater resistance of buffaloes should be further investigated as a possible prophylactic measure to avoid poisoning by P. marcgravii in cattle. On the other hand, Australian investigators modified genetically the ruminai bacteria Butyrivibrio fibrisolvens by introducing a gene, isolated from a Moraxella sp, which codifies a dehalogenase, capable of hydrolyzing fluoroacetate, the poisonous principle of P. marcgravii. Transferring the genetically modified B. fibrisolvens into the rumen of animal, which consume plants that contain fluoroacetate, would be a viable method to control that poisoning through a ruminal detoxifying process for the toxin. Through preliminary contacts, the director of the consorcium in Australia, responsible for the modification of the bacteria, declared that he is interested to sell the technology to our country, but it would be necessary to know if it is permitted to introduce into Brazil the genetically modified bacteria. If allowed, it would be necessary to perform investigations on the viability and the methodology for using this bacteria to control P. marcgravii poisoning in our country.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Barbosa]. D., Oliveira C. M. C., Tokarnia C. H. & Riet-Correa E 2003. [Comparison of the sensibility of cattle and buffaloes to poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae).] Comparação da sensibilidade de bovinos e búfalos à intoxicação por Palicourea marcgravii (Rubiaceae). Pesquisa Veterinária Brasileira 23(4): 167-172. Escola de Medicina Veterinária, Campus Castanhal, Universidade Federal do Pará, Rua Maximino Porpino 1000, Castanhal, PA 68743- 080, Brazil. E-mail: diomedes@ufpa.br O presente estudo foi realizado para verificar se búfalos são mais resistentes do que bovinos à ação tóxica de Palicourea marcgravii, mediante a administração da planta por via oral, simultaneamente, a bovinos e a búfalos. Foram usados sete búfalos e três bovinos. Verificou-se que em búfalos doses de 0,5 g/kg, 1,0 g/kg e 2,0 g/kg não causaram sintomas de intoxicação. As doses de 3,0 g/kg, 4,0 g/kg e 6,0 g/kg causaram a morte dos búfalos. Em bovinos, a dose de 0,25g/kg não causou sinais clínicos de intoxicação, enquanto que doses de 0,5 g/kg e 2,0 g/kg causaram a morte. A influência do exercício sobre o aparecimento dos sintomas, o prazo decorrido desde o começo da administração da planta até o início de sintomas, e os próprios sintomas, foram semelhantes nas duas espécies animais. O curso clínico foi mais longo nos búfalos. Enquanto nos bovinos o período entre o aparecimento dos sintomas graves e a morte foi de 9 a 17 minutos, nos búfalos variou de 10 minutos a 1 hora e 28 minutos. Pode se concluir que os bubalinos são aproximadamente seis vezes mais resistentes do que os bovinos à ação tóxica de P. marcgravii. O menor índice de mortes pela ação de plantas tóxicas na Amazônia em búfalos é, pelo menos em parte, devido à maior resistência do búfalo à intoxicação por essa planta. Outro fator responsável pelo menor número de mortes em búfalos pela intoxicação por plantas, na Amazônia, poderia ser que os búfalos preferem a várzea, que é o habitat de Arrabidaea bilabiata, a segunda planta tóxica mais importante da Amazônia, menos tóxica do que P. marcgravii, e com habitat na terra firme. Em áreas onde ocorre P. marcgravii seria mais prudente, para diminuir os prejuízos, criar búfalos em lugar de bovinos. A causa dessa maior resistência do búfalo merece ser investigada para a eventual elaboração de métodos profiláticos da intoxicação por P. marcgravii em bovinos. Por outro lado, pesquisadores australianos modificaram geneticamente a bactéria ruminal Butyrivibrio fibrisolvens, mediante a introdução de um gene, isolado de Moraxella sp, que codifica uma dehalogenase, capaz de hidro-lizar fluoroacetato. A transferência de B.fibrisolvens geneticamente modificado para o rúmen de animais ingerindo plantas que contêm fluoroacetato, como é o caso de P. marcgravii, seria um método viável para o controle da intoxicação mediante a detoxificação ruminal do princípio ativo. Em contatos preliminares o diretor responsável do consórcio na Austrália responsável pela modificação da bactéria, declarou o interesse em vender a tecnologia ao nosso país, porém seria necessário saber se é possível importar essa bactéria geneticamente modificada no Brasil. Caso positivo, seria indispensável realizar pesquisas sobre a viabilidade e a metodologia para o uso dessa bactéria em nosso meio.


#6 - Experimental poisoning of horses by Palicourea marcgravii (Rubiaceae)

Abstract in English:

Fresh leaves of Palicourea marcgravii St. Hil., the most important poisonous plant for cattle in Brazil, containing monofluoroacetic acid as its toxic principle, were given orally to 8 horses in doses ranging from 0.15 to 2 g/kg. The lethal dosis found was 0.6 to 1.0 g/kg. The symptoms of poisoning by P. marcgravii in the horse were characterized mainly by nervous manifestations as intense sweating, restlessness, tremors, abrupt involuntary movements of the head or the whole body, instability, incoordination and flacid lips; less evident were signs of cardiac insufficiency as positive venous pulse, congested conjuntiva and laborious respiration. The clinical course of the poisoning ranged from 10 to 43 hours, different as observed in cattle, in which poisoning by P. marcgravii is characterized by sudden death due to an acute cardiac insufficiency. Also contrary to what is seen in cattle, exercise in general had not much influence on the course of the poisoning in the horse. Post-mortem findings in the horse were, as in cattle, practically negative. The most important histological lesions were necrosis of the epithelial cells of the uriniferous tubules with. picnosis of the nucleus and vacuolization of the cytoplasm, frequently evolving to lysis; these lesions were more marked and extensive than those observed in cattle. There are no case histories of poisoning in horses by P. marcgravii under natural conditions.

Abstract in Portuguese:

As folhas frescas recém-colhidas de Palicourea marcgravii St. Hil., a planta tóxica de interesse pecuário mais importante para bovinos no Brasil, e cujo princípio tóxico é o ácido monofluoroacético, foram administradas, por via oral, a 8 eqüinos, em doses de 0,15 a 2 g/kg. A dose letal encontrada variou de 0,6 a 1 g/kg. O quadro clínico de intoxicação por P. marcgravii em eqüinos foi caracterizado por sintomatologia nervosa como sudorese intensa, inquietação, tremores, movimentos abruptos involuntários da cabeça ou afetando todo o corpo (tiques), instabilidade e incoordenação, lábio inferior flácido, e por sinais de insuficiência cardíaca, como pulso venoso positivo, conjuntivas congestas, respiração ofegante, com predominância da sintomatologia nervosa. A evolução foi de 10 a 43 horas, diferente do que é observado em bovinos, nos quais a intoxicação por essa planta é caracterizada por "morte súbita" devido a insuficiência cardíaca aguda. Ao contrário do que ocorre nos bovinos, em eqüinos, o exercício, em eral, não tinha muita influência sobre a evolução da intoxicação. Os achados de necropsia foram, como nos bovinos, praticamente negativos. As alterações histológicas mais importantes e constantes foram necrose das células epiteliais dos túbulos urinfferos, caracterizada por picnose nuclear e vacuolização citoplasmática com freqüente evolução para lise, lesão esta bem mais grave e extensa do que a dos bovinos. Não há relatos da intoxicação natural por p. marcgravii em eqüinos.


#7 - Experimental poisoning of goats by Palicourea marcgravii (Rubiaceae)

Abstract in English:

The leaves of the most important poisonous plant for cattle in Brazil, Palicourea marcgravii St. Hil., were found to be toxic also for goats. Doses of 0.6 to 1.0 g/kg of the fresh leaves, administered orally, caused death of 2/3 of the experimental goats. Symptoms of poisoning and death occurred in most goats when they were exercised. The course of the poisoning varied from 1 minute to as long as 2 days. In general, the course was longer than in bovines and ovines. The symptoms of poisoning by P. marcgravii in goats were reluctance to walk, walking with stiff legs, sternal decubitus, muscular tremors, falling over, laying on its side, and pronounced dyspnea. Exercise was found to always aggravate symptoms. The animals which had longer courses of poisoning, remained in a sternal position for most of the time, were listless and had anorexia. Post-mortem examinations revealed no important or constant lesions. Histopathological studies showed mainly regressive changes in heart, liver and kidney. Small foci of coagulative necrosis of heart fibers were seen in the myocardium of half of the cases and in one additional case greater areas of necrosis were observed; edema and vacuolization of haert fibers also occurred. Vacuolization and less commonly necrosis of liver cells was seen in most cases. Only one case of necrosis of the epithelial cells of the uriniferous tubules was seen in the kidney cortex.

Abstract in Portuguese:

Foi confirmada também para caprinos a toxidez das folhas de Palicourea marcgravii St. Hil., no Brasil, a planta tóxica de interesse pecuário mais importante para bovinos. Doses entre 0,6 e 1,0 gramas das folhas frescas, administradas por via oral, causaram a morte de mais de 2/3 dos caprinos. Os sintomas de intoxicação e a morte dos caprinos apareceram, na grande maioria dos casos, após exercício a que os animais experimentais eram submetidos, 2 vezes ao dia, a partir de aproximadamente 15 horas após a administração da planta. Além disto, o exercício, toda vez que era aplicado, também acentuava a sintomatologia, uma vez manifestada. A evolução clínica da intoxicação por P. marcgravii em caprinos variou de 1 minuto a 2 dias, portanto, de uma maneira geral, foi mais longa que a de bovinos e ovinos. Os sintomas observados foram relutância em andar, andar com membros rígidos, decúbito esterno-abdominal, tremores musculares, impossibilidade de ficar em pé, decúbito lateral, dispnéia acentuada e morte. Os animais que tiveram evolução mais longa, ficavam em decúbito esternal, apáticos, com anorexia. Não foram verificados achados de necropsia de relevância ou constantes. Os exames histopatológicos revelaram alterações no coração, fígado e rim, principalmente de natureza regressiva. No miocárdio observaram-se pequenos focos de necrose de coagulação de fibras cardíacas na metade dos casos; em um caso adicionalmente havia maiores áreas de necrose; com menor freqüência, ocorreu edema e vacuolização de fibras cardíacas. No fígado verificaram-se, na maioria dos casos, vacuolização e, menor escala, necrose de hepatócitos. No rim, em apenas um caso, havia necrose das células epiteliais dos túbulos uriníferos do córtex.


#8 - Experimental poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae) in rabbits

Abstract in English:

The leaves of Palicourea narcgravii St. Hil., a shrub of the Rubiaceae family, an important toxic plant for cattle in Brazil, were given by stomach tube (dried powdered plant) to 200 rabbits and fed as fresh plant to 3 others. In most of the experiments the dried powdered leaves kept in tightly closed glasses at room temperature were used; in these experiments 116 rabbits died. The smallest dose that killed all rabbits was 2 g/kg - with two exceptions in 34 administrations of 2 g/kg; doses under 0,125 g/kg did not cause the death of any rabbit. The plant kept this way maintained its toxicity inaltered for 4-5 years after it had been collected. Data are presented which suggest that the origin of the plant may be an important cause of the variation of its toxicity, which was verified during the experimentation. Through another series of experiments in rabbits it was shown that the way of keeping the plant samples is of decisive importance in the maintenance of the toxicity of P., narcgravii. When the plant was kept in cotton sacs for 4-5 years, it had lost all ora great part of its toxicity. In experiments in which 3 rabbits received the fresh plant, by mouth (at will), it was seen that P. marcgravii is palatable to rabbits. In the experiments with the dried leaves, symptoms were seen from 34 min. to 13 hours 01 min., in the majority between 1 and 7 hours after administration (ingestion) of the plant. The symptomatology seen in the experiments with the dried leaves of P. marcgravii was uniform and characteristic, with sudden appearance of the symptoms. The animals made uncontrolled, generally violent movements, followed by difficult and intermittent respiration, and died. The course of the poisoning, in the great majority of the animals, lasted from 1 to 5 minutes (in 81 of the 94 rabbits in which itwas possible to observe the symptoms); in the others it was at the most 3h 45min. At necropsy lesions were found mainly in the liver, but these were not typical and consisted in congestion and evident lobulation of the organ. Histopathological alterations, which affected mainly the liver, kidney and heart, were of a peculiar kind: in the liver there was necrosis, swelling and vacuolization of the hepatocytes, compressive atrophy and dissociation of the liver cords, microtrombus in the sinusoids and in the sublobular veins and edema of Disse's space; in the heart intracellular edema of the heart fibres, dissociation of them; increased eosinophilia with loss of striation of the fibres and rare lymphocytic infiltration; in the. kidney, swelling and hydropic-vacuolar degeneration of the epithelial cells of the convoluted distal tubules. The hepatic and cardiac alterations suggest strongly that the death of the animals is due to heart failure. It was concluded, due to the great sensibility of the rabbit to the toxic action of P. marcgravii and the peculiar aspects of the clinical and pathological picture it produces, that this animal species is useful in the continuation of studies on the toxicity of the plant, especially in the identification of its toxic principle(s). It was also concluded that the experimentation in rabbits can be used as a quite reliable auxiliary method in the recognition of P. marcgravii, especially to distinguish P. marcgravii from two other very similar but not toxic rubiaceae, and which are Palicourea crocea and Palicourea cujabensis. It is recommended that for this purpose a dose of 2 g/kg of the dried plant should be used and the animals during at least 7 hours be observed, so that the typical symptoms are seen.

Abstract in Portuguese:

As folhas de Palicourea marcgravii St. Hil., um subarbusto da fam. Rubiaceae e importante planta tóxica para bovinos no Brasil, foram administrados por via intragástrica (folhas dessecadas) a 200 coelhos e por via oral (planta fresca) a três outros. A maioria dos experimentos foi realizada com as folhas dessecadas pulverizadas e guardadas em vidros de tampa plástica, à temperatura ambiente; nesses experimentos morreram 116 coelhos. A menor dose que causou a morte de coelhos foi 0,125 g/kg; a menor dose que matou todos os coelhos a que foi administrada foi 2 g/kg - com duas excessões em 34 administrações de 2 g/kg; doses abaixo de 0,125 g/kg não causaram a morte de nenhum coelho. A planta guardada dessa maneira conservou sua toxidez inalterada até 4-5 anos após sua coleta. São apresentados dados que sugerem que a procedência da planta seja uma causa importante na variação de sua toxidez, verificada durante os experimentos. Através de outra série de experimentos em coelhos foi demonstrado que o modo de conservação das amostras tem importância decisiva na manutenção da toxidez de P. marcgravii. A planta guardada em sacos de pano durante 4-5 anos perdeu toda ou grande parte de sua toxidez. Nos três experimentos em que os coelhos receberam a planta fresca, por via oral e morreram, ficou evidenciada a boa palatabilidade de P. marcgravii para esta espécie animal. Nos experimentos com as folhas dessecadas, o prazo decorrido entre a administração e o início dos sintomas variou de 34 min. a 13h e 01min; na maior parte dos casos esse prazo ficou entre 1 e 7 horas. A sintomatologia nos experimentos realizados com as folhas de P. marcgravii foi uniforme e característica, com repentino aparecimento dos sintomas. Os animais faziam movimentos desordenados e geralmente violentos, seguidos de respiração ofegante e espaçada e morriam. A evolução foi superaguda; na grande maioria dos animais que receberam as folhas dessecadas, variou de 1 a 5 minutos (em 81 de 94 coelhos em que foi possível a observação dos sintomas); nos restantes foi de no máximo 3h 45min. Os achados de necropsia consistiram em alterações principalmente do fígado, sobretudo congestão e lobulação evidente, porém não muito típicas. As alterações histopatológicas, afetando principalmente o fígado, rim e coração, revelaram natureza peculiar: no fígado observou-se necrose, tumefação e vacuolização de hepatócitos, atrofia compressiva e dissociação dos cordões hepáticos, presença de microtrombos nos sinusóides e nas veias sublobulares e edema dos espaços de Disse; no coração, edema intracelular e afastameto entre as fibras, aumento da eosinofilia com perda de estriação das fibras e raros infiltrados inflamatórios linfocitários; no rim, tumefação e degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos contornados distais. As alterações hepáticas e cardíacas sugerem fortemente que a morte dos animais esteja intimamente relacionada com falha cardíaca. Concluiu-se, devido à grande sensibilidade do coelho à toxidez de P. marcgravii e à peculiaridade do quadro clínico-patológico que ela provoca, que essa espécie animal serve para a continuação de estudos sobre a toxidez da planta, sobretudo no isolamente de seu(s) princípio(s) tóxico(s). Concluiu-se também que a experimentação em coelho pode ser usada como recurso auxiliar bastante seguro no reconhecimento de P. marcgravii, especialmente para distingui-la de duas outras rubiáceas, de aspecto semelhante, porém não tóxicas, que são Palicourea crocea e Palicourea cujabensis. Recomenda-se para esse trabalho de reconhecimento, o uso da dose de 2 g/kg da planta dessecada e que os animais sejam observados durante pelo menos 7 horas para que não se deixe de acompanhar a sintomatologia típica.


#9 - Experimental poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae) in sheep

Abstract in English:

The fresh leaves of Palicourea marcgravii St.Hil., a shrub poisonous to cattle when administered orally. were also toxic for sheep. The lethal dose varied from 0.5 to 1.0 g/kg of body weight. The plant did not loose its toxicity through drying. ln experiments where sheep were given repeated daily doses of 1 /2.5, 1 /5, 1 /10 or 1 /20 of the lethal dose of dried leaves, na accumulative toxic effect was noted. ln one series of experiments this effect was prominent with daily quantities of up to 1/10 of the lethal dose and less evident in daily quantities of 1/20 of the lethal dose. However, in other experiments only slight effects were seen with daily quantities of up to 1/5 of the lethal dose. The subsequent single administration of the lethal dose to surviving sheep of these experiments showed that the plant did not induce tolerance of immunity, and that the animals did not become more sensitive to the toxic properties of the plant. Symptoms and death of the sheep were caused or precipitated by exercise. P. marcgravii caused the clinical and pathological picture of "sudden death". that is, a poisoning of peracute course. In the experiments consisting of repeated administration of fractions of the lethal dose, sheep frequently exhibited short lasting symptoms of poisoning a few days prior to death, generally when exercised. The symptoms of poisoning by P. marcgravii in sheep were, in order of appearance: tachypnea; tachycardia; reluctance to walk; periods of prostration; walking with small steps and stiff legs; generalized muscular tremors; weakness of the legs which became generalized, making it impossible to remain standing, whereupon the animal lay down on its side; difficult and intermittent respiration; peddling movements with the legs; opisthotonus; and death. Post-mortem examination revealed pulmonary edema which was seen in 8 of the 11 sheep which received the plant repeatedly, but in none of the six which received only one administration. No other lesions were seen consistently. Histopathology revealed regressive and circulatory changes in the liver and kidney, and regressive, inflammatory and proliferative alterations in the heart. As regards kidney and liver changes, there was no difference in nature or incidence between sheep receiving the plant once or repeatedly, but heart lesions, mainly those of a proliferative nature, were seen principally in the sheep from experiments with repeated administrations of the plant.

Abstract in Portuguese:

As folhas de Palicourea marcgravii St. Hil., tóxicas para bovinos, administradas experimentalmente, em estado fresco, por via oral a ovinos, se revelaram tóxicas também para essa espécie de ruminantes. A dose letal variou de 0,5 a 1 g/kg. Dessecada, a planta não perdeu sua toxidez. Administrações diárias de 1/2,5, 1/5, 1/10 e 1/20 da dose letal das folhas dessecadas de P. marcgravii a ovinos demonstraram que a planta tem efeito acumulativo acentuado até a dose diária de 1/10 da dose letal e leve na dose diária de 1 /20 em uma série de experimentos, porém leve até as doses 1/5 da dose letal em outra série. A administração adicional de l dose letal, de uma só vez, aos sobreviventes desses experimentos, evidenciou que a planta não induz tolerância ou imunidade nem aumento da sensibilidade desses animais à ação tóxica da planta. A planta provocou nos ovinos o quadro clínico-patológico da "morte súbita", isto é, uma intoxicação de evolução superaguda, podendo os sintomas e a morte dos animais ser precipitados pelo exercício. Nos experimentos de administrações repetidas de frações da dose letal, os ovinos freqüentemente mostraram sintomas passageiros de intoxicação em dias anteriores ao da morte, geralmente quando movimentados. Os sintomas observados foram, na seqüência em que apareceram, taquipnéia, taquicardia, relutância em andar, eventual assunção de decúbito esterno abdominal, andar com passos curtos e membros rígidos, tremores musculares generalizados, fraqueza nos membros, depois em todo o corpo, impossibilidade de ficar em pé, assunção de decúbito lateral com respiração ofegante e espaçada, movimentos de pedalagem intermitentes, opistótono, morte. Entre os achados de necropsia destacou-se a presença de edema pulmonar, observado em 8 dos 11 ovinos que receberam a planta repetidamente e em nenhum dos 6 ovinos dos experimentos de administrações de doses únicas. Não foram constatadas outras alterações dignas de nota. Os exames histopatológicos revelaram alterações principalmente no fígado, rim e coração; no fígado e rim eram de natureza regressiva e circulatória, e no miocárdio, de natureza regressiva, inflamatória e proliferativa. As alterações renais e hepáticas mantiveram uniformidade em natureza e incidência, porém as alterações cardíacas, sobretudo as de natureza proliferativa, foram encontradas principalmente nos ovinos que receberam doses repetidas.


#10 - Poisoning of cattle by Palicourea marcgravii (Rubiaceae) in Brazil

Abstract in English:

Clinical and pathological data are given on the experimental poisoning of cattle by Palicourea marcgravii St. Hil., a shrub of the Rubiaceae family, and the most important toxic plant for cattle in Brazil. Fresh leaves were administered orally in single doses to 30 animals 28 of which died; the dried leaves were given either as a single dose to 11 animals four of which died, or, to determine whether the plant has an accumulativt toxic effect, in repeated doses of fractions of the lethal dose to five animals three of which died. Also described are clinical and pathological data of cases diagnosed as natural poisoning of cattle by P marcgravii. These experimental and natural poisonings were studied in different geographical regions of Brazil, with the exception of the South, between 1957 and 1985. The experiments confirmed that P marcgraviiis highly toxic for cattle; doses from 0.6 g/kg of body weight on of the fresh leaves always caused death. The dried leaves were also toxic, but there was great variation in toxicity. In some experiments the dried leaves retained their toxicity, while in others it was greatly reduced. The cause of this variation was not established. It was shown that the plant has an accumulative toxic effect which was evident with daily quantities of 1/5 of the lethal dose, and still noticeable with daily doses of 1/10 of the lethal dose. These same doses given weekly, or the administration of smaller daily doses did not cause symptoms. Symptoms and death of the bovines could be caused or precipitated by exercise, but the majority of the animals in these experiments died without being exercised. Single doses of fresh or dried leaves of P. marcgravii caused the clinical picture of "sudden death", a poisoning of peracute course lasting generally from 1 to 10 minutes, up to a maximum of 85 minutes. Of the three animals that died after repeated administrations of the plant, one showed clear symptoms for only 1 minute, while the other two had symptoms which lasted for 12 and 55 hours. In all experiments symptoms were characterized mainly by: positive venous pulse, instability, muscular tremors, lying down or falling into a stemalabdominal or lateral position, tachypnea, peddling movements with the legs, opisthotonus, firm closing of the eyelids, bellowing and death. Post-mortem examination revealed no lesions in almost half of the animals, and only few and inconsistent lesions consisting mainly of hemorrhages in the epicardium and congestion of the lungs in the others. The few histopathological changes that were found were concentrated mainly in the heart, kidney and liver. The most characteristic lesion, a hydropic-vacuolar degeneration of the epithelial cells of the distal convoluted tubules in the kidney, was seen in 17 of the 28 bovines (60%) which died after eating the fresh leaves: in none of the four animals which died after ingesting a single dose of the dried leaves, and in two of the three which died after repeated doses of the dried leaves. It is stressed that the most important feature for the diagnosis of P marcgravii poisoning is the symptomatology of "sudden death", and, when present, the microscopic lesion in the kidney.

Abstract in Portuguese:

São fornecidos os dados clínico-patológicos a respeito da intoxicação experimental em bovinos por Palicourea marcgravii, arbusto da família Rubiaceae, a planta tóxica mais importante para bovinos no Brasil. Foram. realizados experimentos com administrações únicas das folhas frescas (em 30 bovinos, dos quais 28 morreram) e das folhas dessecadas (em 11 bovinos, dos quais 4 morreram) e com administrações repetidas de doses subletais das folhas dessecadas para verificar se a planta possui efeito acumulativo (em 5 bovinos, dos quais 3 morreram). São também apresentados os dados clínico-patológicos de casos diagnosticados de intoxicação espontânea em bovinos por P. marcgravii. Esses estudos, tanto da intoxicação experimental como da espontânea, foram realizados nas diversas regiões do Brasil, exceto a Sul, no período de 1957 a 1985, confirmando-se que P. marcgravii é altamente tóxica para bovinos. Doses a partir de 0,6 g/kg das folhas frescas causaram sempre a morte dos bovinos. Em relação às folhas dessecadas, houve grande variação quanto à toxidez, que tanto podia conservar-se integralmente como reduzir-se bastante, não se estabelecendo a causa dessa variação. A planta demonstrou possuir efeito acumulativo quando administrada diariamente; esse efeito era acentuado com doses de 1/5 da dose letal e se fez sentir ainda nas dosagens diárias de 1/10 da dose letal. As mesmas doses, dadas semanalmente, ou doses menores diárias, não causaram sintomas. Estes, e a morte dos bovinos, puderam ser provocados ou precipitados pelo exercício, porém a maioria dos bovinos morreu sem ter sido exercitada. A ingestão de P. marcgravii em dose única da planta fresca ou dessecada causou o quadro clínico de "morte súbita", isto é, intoxicação de evolução superaguda, geralmente de 1 a 10 minutos, no máximo até 85 minutos. Um dos 3 bovinos que morreram após administrações repetidas da planta mostrou sintomas nítidos durante somente 1 minuto, enquanto nos outros dois a evolução durou 12 e 55 horas. Os sintomas, em todos os experimentos, caracterizaram-se principalmente por pulso venoso positivo, instabilidade, tremores musculares, o animal deitava-se ou caía em decúbito esterno-abdominal e lateral, taquipnéia, movimentos de pedalagem, cabeça em opistótono, cerração das pálpebras, berros e morte. À necropsia, em todos os experimentos, chamou a atenção que em quase metade dos bovinos (17 /35) não foram encontradas alterações, e nos restantes as lesões foram poucas e inconsistentes, constando principalmente em hemorragias no epicárdio e congestão dos pulmões. Os achados histopatológicos foram escassos em todos os experimentos; foram encontradas alterações principalmente no coração, rim e fígado. As lesões que mais chamaram a atenção foram verificadas no rim, sob a forma de degeneração hidrópico-vacuolar dos túbulos contornados. distais, verificada em 17 dos 28 bovinos (60%) que morreram pela ingestão das folhas frescas, mas ausentes nos 4 bovinos que morreram pela ingestão de doses únicas das folhas dessecadas e em 2 dos 3 que morreram pela ingestão repetida das folhas dessecadas. Em relação ao diagnóstico da intoxicação espontânea por P. marcgravii, é salientado que se deve dar importância especial à sintomatologia, a "morte súbita"; a lesão histológica renal, quando presente, é de grande valor.


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